Em diversos artigos citamos o desgaste da imagem dos médicos no Brasil. Os últimos governos e grande parte da mídia, trabalharam e trabalham contra a imagem do médico. É certo que as manchetes de “erro”, sem aprofundar tecnicamente no assunto, são muito mais valiosas à imprensa do que apontar algumas verdades.
Todo este cenário de desgaste da imagem do médico, tem desaguado no dia-a-dia do profissional de diversas formas: agressões, difamações, processos infundados…
Os casos de escândalos e xingamentos nas recepções de consultórios tem se tornado rotina. Os motivos são muitos: problemas com liberação do plano de saúde, discordância quanto à procedimentos de praxe dos consultórios, agendamento incompatível, atraso para consulta, questionamentos sobre retorno/ consulta e, às vezes, apenas por não ter senso mínimo de regras sociais e morais.
Em um caso curioso e absurdo, uma paciente chegou na recepção da clinica de uma Ginecologista, sem agendamento prévio, exigindo ser OPERADA, para a realização da “retirada do útero”, NAQUELE MOMENTO. Alegava estar inclusive em jejum!! As secretárias tentaram por diversas vezes orientar a paciente e contornar a situação, a própria médica tentou orientar, porem a paciente começou a berrar palavrões contra toda a equipe. A situação teve como desfecho a retirada da paciente aos berros, carregada pelos braços e pernas após a chegada da PM.
Na maioria dos casos de escândalo em recepção, há ofensa à honra da assistente/secretaria e do médico. Os xingamentos podem lesar ainda outros direitos do médico, como nome e imagem. Tais condutas são de extrema gravidade, pois o episodio na maioria das vezes é presenciado por outros pacientes. A imagem do médico é o direito mais precioso do profissional, pois sabemos bem, que pacientes não querem ser atendidos por médicos “mal falados”.
É certo que um episódio como este pode desaguar em maiores problemas ao profissional (ex: um paciente que assistiu o episódio e que eventualmente venha a apresentar alguma intercorrência. Este poderá assimilar o médico como culpado). Sem contar o desgaste do profissional e de toda equipe. Esses episódios acabam comprometendo toda a semana na vida dos profissionais. São quadros extremamente desgastantes.
Importante: para convivência em sociedade há limites! Não é lícito ofender e/ou agredir o outro, porque ficou com raiva, discorda de algo, ou porque trouxe problemas anteriores e aproveitou aquela oportunidade para “descarregar” suas mágoas. Não é na marra nem no grito que as coisas se resolvem.
O que fazer:
Neste documento conste todos os detalhes: como ocorreu? O porque? Os xingamentos e etc.
Não deixe para depois, pois todos os mínimos detalhes são importantes, e após alguns dias ou horas você poderá esquecê-los!
Amanda Bernardes – Advogada Especialista em Defesa Médica